Primeiramente devemos entender que mesmo sendo utilizada constantemente em nosso dia a dia, acabamos não percebendo o verdadeiro valor que a cerâmica possui. Talvez isso se dê pelo uso em atividades repetitivas ou pela manufatura moderna que produz peças em larga escala. Embora todos apreciam uma mesa bem montada, com peças que valorizem os alimentos, ou quem sabe um lindo vaso para exibir arranjo de flores.

Com toda a certeza é fácil perceber que as cerâmicas (decorativas ou utilitárias) possuem um espaço especial em nos lares, ainda mais as herdadas de geração em geração não é mesmo? Armazenar água e alimentos em recipientes é algo necessário em toda civilização, diante disto estima-se que as cerâmicas já são produzidas a cerca de 10-15 mil anos.

Sendo assim, passaram a modelar a argila e queimá-la para ganhar resistência e maior durabilidade. Além de belo, este processo artesanal permanece em transformação ao longo do tempo. Bem como cada vez mais se testam argilas, formatos, cores, texturas, pinturas e propósitos diferentes.

A relevância além do dia a dia

Como vimos, a importância das cerâmicas vai além do visual, elas refletem os hábitos de um povo conforme a realidade do período e local em que viveram. Peças de cerâmica artesanal foram encontradas em sítios arqueológicos em todo globo, muitas com milhares de anos. Ou seja, resistiram ao tempo e foram utilizadas para datar o período que aquele povo viveu, sendo inclusive os únicos itens capazes de prover essa informação.

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Registro do processo de produção de nossas cerâmicas, aqui em ponto de couro para acabamento antes da queima.
Foto: João Pedro de Carvalho.

“A cerâmica é uma atividade de produção de artefato a partir da argila, que se torna muito plástica e fácil de moldar quando umedecida. Depois de submetida à secagem para retirar a maior parte da água, a peça moldada é submetida a altas temperaturas (ao redor de 1.000º C), que lhe atribuem rigidez e resistência mediante a fusão de certos componentes da massa e, em alguns casos, fixando os esmaltes na superfície” (ANFACER, 2020).

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Foto do processo artesanal das nossas peças para o restaurante. Cerâmicas após primeira queima, chamada de biscoito. Foto: João Pedro de Carvalho.

A cerâmica artesanal na Confra

Nesse sentido, aqui na Confra nos importamos muito com as origens do que fazemos, seja nas histórias, nos alimentos, na decoração e como o tema sugere: em nossas cerâmicas! Tínhamos o desejo de ter cerâmicas que conversassem com nossas entradinhas e que somassem na experiência de nossos visitantes.

Dessa forma, após uma breve procura, nos surpreendemos que aqui mesmo em Jaraguá do Sul existia um atelier de fabricação de cerâmicas: o 507 atelier, comandado por Rogério Hreczuck.

Posteriormente João Pedro (sócio da Confra) e Eduardo (cozinheiro) apostaram em fabricar com suas próprias mãos as cerâmicas artesanais que havíamos idealizado. O processo durou cerca de dois meses e ficamos extremamente contentes com o resultado!

Sendo assim, além da estética artesanal, as cerâmicas ficaram com um aspecto rústico que faz parte de nossa identidade visual! Confere o resultado final:

Referências bibliográficas:

Anface – https://bit.ly/3lC2a7e